domingo, 26 de abril de 2020

A história da Independência do Brasil: o Museu do Ipiranga



cidade de São Paulo é composta por grandes curiosidades. Não é todo mundo que sabe, mas o Museu do Ipiranga, na verdade, tem outro nome. Sua verdadeira denominação é a de Museu Paulista e ele surgiu como uma maneira de homenagear a independência do Brasil no local de sua proclamação em 1884.
O museu é um dos cartões postais da cidade. Seu prédio é imponente e suas instalações guardam grande parte da história do Brasil. Comecemos por sua construção. Sua trajetória é iniciada com o Barão de Iguape, que pediu uma autorização a D. Pedro I para construir um monumento que fosse uma homenagem à Independência do Brasil. O local escolhido pelo barão foi o sítio do “piranga”, como era conhecido o Ipiranga na época.
Entretanto, pela falta de recursos a obra ficou parada por vários anos, ate que a chamada Comissão Provincial para o Monumento do Ipiranga decidiu criar um modo para que o monumento fosse erguido. A solução adotada pelos mandatários foi, então, a de lotear o Ypiranga para arrecadar fundos.
Após muito esforço, sugestões, debates e discussões sobre como seria feito o monumento ficou decidido, em 1884, que o arquiteto italiano Tomasso Gaudêncio Bezzi seria o responsável pelo desenvolvimento do projeto. A construção  em si só começou em 1885 e demorou seis anos para ficar pronta.
O prédio incompleto foi declarado propriedade do Estado e foi aberto ao público como Museu Paulista em 7 de setembro de 1895, em uma solenidade aberta pelo então presidente Bernardino de Campos. Em 1909, o paisagista Arsênio Puttemans criou os jardins à frente da construção, uma réplica em proporções menores dos jardins do Palácio de Versailles, a principal sede da monarquia francesa.
Aqui uma curiosidade que já deve ter ficado clara: o imperador NUNCA morou no Museu do Ipiranga. Apesar de parecer óbvio nos dias de hoje, muitas pessoas acreditam nessa lenda urbana.


O acervo é bem extenso e tem mais de 125 mil peças, entre mobiliários, trajes e utensílios que pertenceram a figuras da história brasileira como bandeirantes, imperadores e barões paulistas do café. Também existem diversas coleções como peças da Revolução Constitucionalista de 1932, armas brancas e uma sala reservada a Santos Dumont, pioneiro da aviação. Vale o destaque que essa sala tem maquetes de seus aparelhos e objetos de seu uso pessoal, uma verdadeira aula da aviação brasileira e de um dos nossos grandes inventores.
Há também um espaço dedicado aos livros. A biblioteca do Museu Paulista é composta por mais de cem mil volumes, um Centro de Documentação Histórica com 40 mil manuscritos e laboratórios de conservação e restauração de peças e documentos.

Os jardins do edifício também merecem destaque. Esse espaço em especial é dedicado a toda a população que gosta de praticar exercícios, para as crianças fazerem ginástica e, porque não, um pequeno recanto para os românticos. O espaço também promove cursos, seminários e outros eventos, bem como presta serviços à comunidade, atendendo instituições, pesquisadores, professores, estudantes e público em geral.
Um sinal do amor do paulistano para com a área é a interferência e medida de proteção ao museu. Fundada em 1º de setembro de 1995, a Sociedade Amigos do Museu Paulista (Sampa) é uma sociedade civil, destinada a promover o desenvolvimento e o aprimoramento das atividades do Museu Paulista da Universidade de São Paulo.
Eles também tem o objetivo de contribuir nas áreas de pesquisa, publicações, curadoria e atendimento ao público. A extensão de ações junto à população é uma de suas principais metas. O Museu Paulista foi inaugurado em 7 de setembro de 1895 como museu de História Natural e marco representativo da Independência, da história do Brasil e paulista. Seu primeiro núcleo de acervo foi a coleção do Coronel Joaquim Sertório, que constituía um museu particular em São Paulo. No período em que a independência do país completou 100 anos, em 1922, o caráter histórico do museu foi reforçado.
Formaram-se novos núcleos, com destaque para o acervo da História de São Paulo. Nessa época também o edifício foi redecorado com pinturas e esculturas apresentando a História do Brasil no saguão, escadaria e salão nobre.
Uma curiosidade, é que foi instalado o Museu Republicano “Convenção de Itu”, extensão do Museu Paulista no interior do Estado. Ao longo do tempo, houve uma série de transferências de acervos para diferentes instituições. A última delas foi em 1989, para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. A partir daí, o Museu Paulista vem ampliando substancialmente seus acervos referentes ao período de 1850 a 1950 em São Paulo.
Atualmente, o Museu do Ipiranga possui um acervo de mais de 125.000 unidades, entre objetos, iconografia e documentação textual, do século 17 até meados do século 20, significativo para a compreensão da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à história paulista e conta com uma equipe especializada de curadoria. Desenvolve também um Projeto de Ampliação de seus espaços físicos.

Em 2013, o Museu do Ipiranga precisou ser fechado para reformas urgentes. O fato aconteceu no dia 4 de agosto e foi a primeira vez em um século que o prédio não esteve aberto durante a Semana da Pátria, evento que marca as celebrações da Independência do Brasil. A desculpa oficial para o fechamento é que o museu precisa de reformas urgentes. O edifício, que acaba de comemorar 120 anos de inauguração está muito ruim. No salão nobre, cuja parede principal ostenta o quadro Independência ou Morte, do paraibano Pedro Américo, o teto descolou-se e ameaçava cair sobre os visitantes.
Estima-se que as obras para recuperação do museu e reforma em todas as suas alas termine apenas em 2022, ano do bicentenário da Independência.


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