O Viaduto do Chá foi o primeiro viaduto da cidade de São Paulo. Ele possui esse nome devido a extensa plantação de chá da Índia que ficava nas suas proximidades. Outra origem da nomenclatura fica por conta do Marechal José Arouche de Toledo Rendon, que cultivava chá perto do Largo do Arouche. Sua estrutura é toda metálica com o material importado da Alemanha. O viaduto foi idealizado no ano de 1877, mas sua construção durou cinco anos e sua inauguração aconteceu em 6 de novembro de 1892, com uma grande festa. A função desse viaduto é a de ligar a Rua Direita (Centro Velho) com a rua do Chá, atual Rua Barão de Itapetininga (Centro Novo).
Antes de ser construído era difícil chegar até onde está, atualmente, o Theatro Municipal. Para tanto, era necessário descer o declive, passar pela Ponte do Lorena, acima do Anhangabaú e subir a rua onde atualmente encontra-se a Xavier de Toledo, antiga Ladeira do Paredão. Embora o projeto fosse bom e de grande apoio popular, havia um impedimento para sua construção. E o problema era com uma das personalidades da época.
Na Rua Líbero Badaró, localizava-se a residência da Baronesa de Tatuí, uma das personalidades paulistas que era contrária ao início das obras. No local onde atualmente está o Theatro Municipal, ficava a serraria de Gustavo Sydow, um alemão. Na sequência, via-se a chácara do Barão de Itapetininga, tracejada pelas seguintes ruas: D. José de Barros, Formosa e 24 de maio.
O Viaduto do Chá foi a obra pioneira no estilo a ser construída na cidade de São Paulo. Seu desenvolvimento teve início no ano de 1888, mas devido à resistência de alguns residentes da área, as obras foram interrompidas após um mês de seu início. O problema era que os contrários à construção do viaduto eram pessoas com prestígio social como o Barão de Tatuí, que teria uma de suas casas desapropriada pela obra. Porém, em um dia histórico, um grupo de pessoas que era favor da construção do viaduto começou a atacar as paredes do sobrado do Barão com picaretas, fazendo com que ele se mudasse à força.
Após este ato, as obras retornam no ano de 1889 com a chegada das armações metálicas alemãs. Justamente no dia da inauguração, caiu uma tradicional garoa paulista, que interrompeu as festividades. Responsável pela construção da obra, a Companhia Ferrocarril recebia três vinténs, como forma de pedágio, das pessoas que atravessavam o rio através do viaduto. O Viaduto do Chá, no começo da sua história, era conhecido por receber as pessoas da alta sociedade paulistana.
O costume das pessoas da época, era frequentar o comércio, os cinemas da região e, após 1911, o Theatro Municipal. Uma curiosidade, um pouco mórbida, é verdade, é que o viaduto foi usado muitas vezes por pessoas que queriam pular para se suicidar. Em 1938, o velho viaduto com assoalho de madeira foi demolido, dando lugar a outro de concreto armado, com o dobro de largura. Durante muitos anos o Viaduto do Chá foi o principal cartão postal da cidade.
No início da década de 1940, o Parque Anhangabaú mudou radicalmente de feição, depois da implantação de um projeto idealizado pelo prefeito Prestes Maia, cujo objetivo central era agilizar o transporte sobre rodas (ônibus e automóveis). Construíram-se então três avenidas que atravessariam a cidade: Avenida Anhangabaú, Avenida 9 de Julho e Avenida Itororó. Recuperando a idéia de preservação da área pública, foi construída uma alça no Parque do Anhangabaú, em 1991, que ligou as Avenidas 9 de Julho e 23 de Maio. Hoje há um túnel que permite a passagem de veículos que atravessam o centro no sentido norte-sul e vice-versa.
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