domingo, 26 de abril de 2020

Uma História de Glamour – O Viaduto Do Chá



O Viaduto do Chá foi o primeiro viaduto da cidade de São Paulo. Ele possui esse nome devido a extensa plantação de chá da Índia que ficava nas suas proximidades. Outra origem da nomenclatura fica por conta do Marechal José Arouche de Toledo Rendon,  que cultivava chá perto do Largo do Arouche. Sua estrutura é toda metálica com o material importado da Alemanha. O viaduto foi idealizado no ano de 1877, mas sua construção durou cinco anos e sua inauguração aconteceu em 6 de novembro de 1892, com uma grande festa. A função desse viaduto é a de ligar a Rua Direita (Centro Velho) com a rua do Chá, atual Rua Barão de Itapetininga (Centro Novo).
Antes de ser construído era difícil chegar até onde está, atualmente, o Theatro Municipal. Para tanto, era necessário descer o declive, passar pela Ponte do Lorena, acima do Anhangabaú e subir a rua onde atualmente encontra-se a Xavier de Toledo, antiga Ladeira do Paredão. Embora o projeto fosse bom e de grande apoio popular, havia um impedimento para sua construção. E o problema era com uma das personalidades da época.
Na Rua Líbero Badaró, localizava-se a residência da Baronesa de Tatuí, uma das personalidades paulistas que era contrária ao início das obras. No local onde atualmente está o Theatro Municipal, ficava a serraria de Gustavo Sydow, um alemão. Na sequência, via-se a chácara do Barão de Itapetininga, tracejada pelas seguintes ruas: D. José de Barros, Formosa e 24 de maio.
O Viaduto do Chá foi a obra pioneira no estilo a ser construída na cidade de São Paulo. Seu desenvolvimento teve início no ano de 1888, mas devido à resistência de alguns residentes da área, as obras foram interrompidas após um mês de seu início. O problema era que os contrários à construção do viaduto eram pessoas com prestígio social como o Barão de Tatuí, que teria uma de suas casas desapropriada pela obra. Porém, em um dia histórico, um grupo de pessoas que era favor da construção do viaduto começou a atacar as paredes do sobrado do Barão com picaretas, fazendo com que ele se mudasse à força.
Após este ato, as obras retornam no ano de 1889 com a chegada das armações metálicas alemãs. Justamente no dia da inauguração, caiu uma tradicional garoa paulista, que interrompeu as festividades. Responsável pela construção da obra, a Companhia Ferrocarril recebia três vinténs, como forma de pedágio, das pessoas que atravessavam o rio através do viaduto. O Viaduto do Chá, no começo da sua história, era conhecido por receber as pessoas da alta sociedade paulistana.
O costume das pessoas da época, era frequentar o comércio, os cinemas da região e, após 1911, o Theatro Municipal. Uma curiosidade, um pouco mórbida, é verdade,  é que o viaduto foi usado muitas vezes por pessoas que queriam pular para se suicidar. Em 1938, o velho viaduto com assoalho de madeira foi demolido, dando lugar a outro de concreto armado, com o dobro de largura. Durante muitos anos o Viaduto do Chá foi o principal cartão postal da cidade.
No início da década de 1940, o Parque Anhangabaú mudou radicalmente de feição, depois da implantação de um projeto idealizado pelo prefeito Prestes Maia, cujo objetivo central era agilizar o transporte sobre rodas (ônibus e automóveis). Construíram-se então três avenidas que atravessariam a cidade: Avenida Anhangabaú, Avenida 9 de Julho e Avenida Itororó. Recuperando a idéia de preservação da área pública, foi construída uma alça no Parque do Anhangabaú, em 1991, que ligou as Avenidas 9 de Julho e 23 de Maio. Hoje há um túnel que permite a passagem de veículos que atravessam o centro no sentido norte-sul e vice-versa.

O Orgulho Do Samba Paulistano – Os Demônios da Garoa




São Paulo é um centro para novidades e grandes talentos nascerem e prosperarem. Um exemplo claro de música oriunda do solo paulistano é o grupo Demônios da Garoa. E sua história começou lá trás, na década de 40, com o nome de Grupo do Luar, quando meninos de 12 e 14 anos, apaixonados por música, se encontravam todas as noites na casa de Arnaldo para tocar grandes sucessos da época e imitar os grupos famosos, como: Quatro Ases e Um Coringa, Anjos do Inferno e Vocalistas Tropicais.
O grupo logo ganhou corpo e teve a formação de Arnaldo Rosa (vocal e ritmo), os irmãos Antônio e Benedito Espanha (que marcavam ritmo tocando Tantã e Afoxé), Waldemar Pezuol (no Violão), Zezinho (no Violão Tenor) e Bruno Michelucci (no Pandeiro).
Eles procuravam mostrar seu talento em festinhas de amigos, serenatas e em clubes como o Grupo do Luar. Não havia grandes pretensões, nem recebiam nada em troca, somente os aplausos e o reconhecimento de terem feito um bom trabalho. Mas, como em todo lugar, sempre há espaço para o trabalho sério e o grupo foi ficando famoso pelo sistema de “boca a boca” e pessoas começavam a vir de longe para ouvi-los e conhecer sua música.
Todos os integrantes do grupo moravam e trabalhavam na Mooca e em bairros vizinhos, como os tradicionais Brás e Belém. Ali, eles ficaram rapidamente conhecidos e a fama se espalhou de uma maneira avassaladora. Diante de tamanho sucesso e incentivo de pais e amigos, resolveram se inscrever no Programa de Calouros da Rádio Bandeirantes, chamado “A Hora da Bomba”, que era apresentado por J. Antônio D’Avila.

Munidos de muita vontade de aparecer e ter alguma chance no mercado da música, o Grupo do Luar se apresentou em março de 1943 na rádio Bandeirantes. Nessa apresentação, eles interpretaram a música “Quem Se Aluga, São Miguel” e encantaram público. O resultado não poderia ser diferente e eles conquistaram o primeiro lugar sendo agraciados com um contrato com as Emissoras Unidas (Rádio Record, Bandeirantes, Pan-Americana e São Paulo) para fazerem três apresentações semanais.
Após um ano de contrato, o Grupo do Luar era destaque na programação das Emissoras Unidas e já havia ganhado a admiração e carinho dos ouvintes. E foi nessa época que o grupo conheceu o famoso radialista Vicente Leporace.
Foi ele quem sugeriu aos meninos que trocassem o nome do conjunto, uma vez que, na época, a palavra “Grupo” lembrava jogo-de-bicho.  Para ajudar os jovens cantores, ele lançou em seu programa um concurso convidando os ouvintes a enviarem cartas com sugestões para um novo nome.
Foi então que chegou a carta emblemática com o nome de Demônios da Garoa, que seria prontamente aceito por todos os integrantes do grupo. Desde então, Vicente Leporace tornou-se o Padrinho dos Demônios da Garoa. Com a nova alcunha, os Demônios da Garoa se consolidaram como o grupo mais solicitado na Rádio Bandeirantes, no quaro da PRH-9, comandado por Paulo Machado de Carvalho.

Anos mais tarde, em 1947, eles se apresentaram para o diretor artístico da Record, Raul Duarte, por quem foram contratados imediatamente e assinando um contrato de 12 anos de duração. O sucesso conquistado nesta emissora foi tamanho, que em 1950 os Demônios da Garoa se tornaram  um dos destaques do elenco fixo de conjuntos da Record, ao lado de Vagalumes do Luar e Regional do Armandinho.
Vale o destaque de que em 1949, os Demônios da Garoa gravaram a música “Muié Rendeira”, interpretando-a ao lado de Homero Marques, na trilha sonora do filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, campeão do Festival de Cannes (Melhor Filme de Aventura em 1953), onde conheceram Adoniran Barbosa.
Ao completarem sete anos de carreira, os Demônios da Garoa entram pela primeira vez num estúdio de gravação.
A música “Malvina”, de Adoniran Barbosa, consagrou os Demônios da Garoa como título de “Campeão do Carnaval de 1951” no Concurso de Músicas do Carnaval Paulista, promovido pela Folha da Tarde em conjunto com a loja Rádios Assunção Ltda,.No ano seguinte, a dose se repetiria, mas dessa vez com a música “Joga Chave” também de Adoniran Barbosa.

Os Demônios da Garoa conquistaram sucesso e o respeito nacional com os famosos sambas “Saudosa Maloca” e “Samba do Arnesto”, ambos de Adoniran Barbosa e apresentados pela primeira vez no programa de Manuel da Nóbrega, na Rádio Nacional de São Paulo em 1953.
Essas músicas só seriam gravadas no ano seguinte e fariam estrondoso sucesso no Programa do Chacrinha, já que Abelardo Barbosa quis mostrar para o Brasil quem eram esses caras de São Paulo que cantavam “Saudosa Maloca”, uma vez que os sambas daqueles endiabrados garotos eram sucesso no Brasil e ninguém nunca os tinham vistos.
“Saudosa Maloca” e “Samba do Arnesto” fizeram um surpreendente sucesso no país, tornando-se um marco na carreira dos Demônios da Garoa, ao conquistarem mais dois feitos históricos para a época:
–  permanecer por um ano e meio seguido nos primeiros lugares da parada de sucesso musical;
– ter conquistado estrondoso sucesso nos dois lados de um mesmo disco, o que era raro naquela época.
Dez anos mais tarde, os Demônios da Garoa surpreenderam  novamente o Brasil, com o estrondoso sucesso “Trem das Onze”, que proporcionou-lhes muitas honrarias e homenagens, como: o 1º “Disco de Ouro” , “Troféus” e “Medalhas”.
Vale o destaque que o mais importante foi o “1º Prêmio de Músicas Carnavalescas do IV Centenário do Rio de Janeiro”, justamente no ano em que o Rio de Janeiro comemorava o quarto centenário de sua Cidade, era considerado dono do melhor carnaval do mundo, e dizia que São Paulo era o túmulo do samba.
Contrariando isso, os Demônios da Garoa venceram o Carnaval de 1964 no Rio de Janeiro, e conseguiram provar que São Paulo também tinha o que mostrar em matéria de Música Popular Brasileira.
Aos 60 anos de carreira, o sucesso infernal conquistado pelos Demônios da Garoa é eternizado na Festa de Comemoração dos 450 anos de São Paulo, realizada no ano de 2000, onde uma pesquisa interativa realizada durante o aniversário da cidade com os leitores da Folha Online, apontou:
Em 1º lugar: Demônios da Garoa como a Personalidade que mais tem a cara de São Paulo, com 28% dos 2.191 votos, e em 2º lugar: “Trem das Onze”, eleita a 2ª melhor trilha sonora ou música-tema da Cidade de São Paulo, com 25% dos votos, perdendo somente para “Sampa”, campeã com 37% dos votos.
O jeito peculiar com que os Demônios da Garoa interpretam suas músicas foi pensado para tentar se destacar dos demais conjuntos da época. E a ideia surgiu de Arnaldo Rosa, criador do estilo “gaiato”, que une a forte influência italiana da Mooca (forte sotaque italiano e um português “macarrônico”), com a observação do comportamento e linguajar dos engraxates da Praça da Sé e da Praça Clóvis, que faziam batucadas em suas caixas e queriam “falar difícil”, mas não conseguiam disfarçar seu jeito malandro e seus erros de concordância e pronúncia.
Outro destaque é a maneira peculiar que cada componente incorporou ao tocar seu instrumento, criando  novos efeitos musicais não utilizados, fazendo uso de instrumentos incomuns para a época (como o violão tenor) e explorando o cavaquinho, o pandeiro e o violão 7 cordas, sempre presentes na marcação do ritmo.
Mas a criatividade dos Demônios da Garoa não parou por aí. Forma eles quem criaram as famosas introduções de suas músicas, que para eles, era de grande importância.
 Fazendo uso de muita irreverência e humor, rechearam seus sambas com “pans pãns pãns pãns”, “pas calin gun dum” e “quais quais quais”, dando origem ao que chamamos hoje de verdadeiro “Samba Paulista”, que conquistou a expressão e o sucesso nacional.
O Estilo “Gaiato” unido às fabulosas introduções dos sambas e seu jeito único de tocar suas músicas,  firmou-se como identidade inconfundível dos Demônios da Garoa. Mas essas inovações não foram aceitas de imediato e os Demônios da Garoa encontraram bastante dificuldade para conseguir uma gravadora que tivesse a coragem de lançar um disco com músicas cheias de erros de português.
Em 1994, os Demônios da Garoa entraram para o Guinnes Book –  Livro dos Recordes Brasileiro, como o “Conjunto Vocal Mais Antigo do Brasil em Atividade” e com o maior tempo de atividade.  Os Demônios da Garoa foram homenageados pelo Prefeito do Município de São Paulo,  Paulo Maluf, em 1994, ano em que regulamentou através do Decreto nº 34.500,  a Lei Municipal nº 11.430 de 25 de outubro de 1993, que institui a “Semana Demônios da Garoa”.
Nesta ilustre semana, vários nomes de nossa Música Popular Brasileira prestam sua homenagem aos virtuosos Demônios da Garoa, com shows oferecidos gratuitamente à população, e aos homenageados, que fazem também realizam seu show no último dia, encerrando a semana com chave de ouro.
A semana foi inaugurada na Biblioteca Oney de Alvarenga, sob a organização da Seção de Programação Cultural Divisão de Bibliotecas que contou com o show dos Demônios da Garoa, seguido de uma belíssima exposição das honrarias recebidas pelo conjunto ao longo de seus 50 anos de carreira.
Atualmente, a “Semana Demônios da Garoa” acontece no Centro Cultural de São Paulo, na sala Adoniran Barbosa, sempre no mês de setembro de cada ano.

A história de luta da PUC-SP



Uma das universidades mais tradicionais da cidade de São Paulo , a PUC-SP, também é dona de uma das mais belas histórias de vida e superação. Parece estranho se referir a uma instituição dessa maneira, mas durante o texto vocês entenderão o que quero dizer. A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foi fundada no ano de 1946, a partir da união de duas outras faculdades: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento (fundada em 1908) e da Faculdade Paulista de Direito.
Anos depois, por no final da década de 60,  a PUC-SP começou a desenvolver aquela que seria sua essência e fator de grande reconhecimento: a qualidade acadêmica. Mas sua história mudaria mesmo na década seguinte, os inesquecíveis anos 70.
Foi durante essa década que o Brasil sofreu com a ditadura militar. Era um tempo de ideias reprimidas, grande censura e medo da livre expressão. Mas a PUC representou um desafogo para os corajosos. Uma de suas primeiras medidas para mostrar que não havia medo da repressão foi contratar professores que foram obrigados a sair das universidades públicas. Foi nesse cenário que grandes intelectuais brasileiros como Florestan Fernandes, Octavio Ianni e Bento Prado Jr. Fizeram parte do corpo docente da universidade.
A universidade também demonstrou sua “rebeldia” ao sediar, no ano de 1977, a 29° Reunião da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência, proibida pelos militares de acontecer em instituições públicas. Quando estudantes se reuniram em frente ao Tuca (Teatro da Universidade Católica de São Paulo), para celebrar a reorganização da UNE (União Nacional dos Estudantes), a Polícia Militar invadiu o campus Monte Alegre e prendeu professores, alunos e funcionários. Também foram jogadas bombas em todos os manifestantes e apoiadores da ideia.
Tudo isso aconteceu no ano de 1977. E o Jornal do Brasil (Foto desse texto) relata bem o que aconteceu naquele dia:  “Pelos primeiros cálculos, cerca de 3 mil pessoas – 2 mil alunos em aulas, mais funcionários e professores da PUC, além dos manifestantes, que se encontravam defronte e no interior da Escola – foram detidas pela polícia e confinadas num estacionamento… Depois de 10 minutos de violência, com uso de bombas, elementos da tropa de choque e agentes do DEOPS dominaram a situação, sob o comando direto do Secretário de Segurança Pública, Coronel Antônio Erasmo Dias”.
A invasão aconteceu devido a uma reunião ocorrida dentro da universidade. Aproximadamente ao meio dia, iniciou-se no Salão Beta na PUC uma Assembléia Estudantil Metropolitana.
Essa Assembléia visava a decidir as medidas a serem tomadas em protesto pelo cerco policial da USP (Universidade de São Paulo), da PUC (Pontifícia Universidade Católica) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas), no dia 21, que impediu a realização do III Encontro Nacional dos Estudantes (ENE). Encerrada às 14 h., deliberou a realização, à noite, em frente ao TUCA, de um Ato Público de repúdio à repressão ao III ENE.
Ao mesmo tempo, ocorreu em condições precárias, o III Encontro Nacional dos Estudantes da PUC, em que vários delegados (líderes do movimento) se reuniram para decidir qual frente tomar. Às 21 horas, iniciou-se o Ato Público, com a presença de cerca de 2.000 estudantes. Estava sendo lida, em coro, uma Carta Aberta denunciando as medidas policiais tomadas no dia 21, quando nas esquinas das ruas Monte Alegre e Bartira, pararam várias viaturas policiais comandadas pelo Secretário de Segurança Pública do Estado.
Investigadores civis e tropas de choque desceram das viaturas, bateram as portas com violência e começaram a dar cacetadas e a jogar bombas nos manifestantes que se encontravam sentados. Os relatos da época ilustram essa invasão como uma das mais violentas já vistas durante o período da ditadura. No estacionamento de automóveis, mais de 1.500 professores, funcionários e alunos ficaram sentados pelo menos uma hora no chão de pedregulhos, submetidos à triagem policial.
Cerca de 700 pessoas foram conduzidas ao Batalhão Tobias de Aguiar. Alguns foram conduzidos ao DEOPS (Delegacia Estadual de Ordem Política e Social). Todos foram fichados. Entre os presos, havia grande número de estudantes que estavam sem documentos por tê-los perdido durante a invasão. Dessas 700 pessoas, 37 foram logo em seguida enquadrados na Lei de Segurança Nacional.
De outro lado, a autoridade que assumiu a responsabilidade pela invasão e pelas violências cometidas foi agraciado pelo Ministro do Exército com a “Medalha do Pacificador”, a mesma que foi atribuída ao Dr. Harry Shibata (Médico legista que ficou conhecido por ter assinado o atestado de óbito de Vladimir Herzog, em 1975, declarando que ele havia se suicidado, apesar de todas as evidências de que ele havia sido torturado e morto nas dependências do DOI-CODI de São Paulo, como foi comprovado posteriormente).
Com o fim da ditadura militar a PUC mantém seu espírito liberal até hoje.
Os anos 80 e 90 foram importantes para essa instituição de ensino consolidar ainda mais seu nome no que tange o desenvolvimento acadêmico e comunitário (com o aumento de cursos de graduação e pós-graduação, de pesquisas a criação da Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão, Cogeae, voltada para a educação continuada).
O começo do século XXI foi marcado pela expansão das atividades da PUC. Academicamente, às áreas de reconhecida excelência e tradição se juntaram outras, inovadoras. Além disso, a Universidade abriu campi em outras regiões da cidade e do Estado de São Paulo (Santana, Ipiranga e Barueri).
Mesmo com todas essas mudanças, a PUC-SP conseguiu se preparar para enfrentar os desafios e tem sido agraciada com  os últimos rankings oficiais de instituições superiores do Ministério da Educação (MEC) que, em diversos anos, apontam a PUC-SP como a melhor universidade particular de todo o Estado de São Paulo e a segunda melhor do Brasil.

A história da Independência do Brasil: o Museu do Ipiranga



cidade de São Paulo é composta por grandes curiosidades. Não é todo mundo que sabe, mas o Museu do Ipiranga, na verdade, tem outro nome. Sua verdadeira denominação é a de Museu Paulista e ele surgiu como uma maneira de homenagear a independência do Brasil no local de sua proclamação em 1884.
O museu é um dos cartões postais da cidade. Seu prédio é imponente e suas instalações guardam grande parte da história do Brasil. Comecemos por sua construção. Sua trajetória é iniciada com o Barão de Iguape, que pediu uma autorização a D. Pedro I para construir um monumento que fosse uma homenagem à Independência do Brasil. O local escolhido pelo barão foi o sítio do “piranga”, como era conhecido o Ipiranga na época.
Entretanto, pela falta de recursos a obra ficou parada por vários anos, ate que a chamada Comissão Provincial para o Monumento do Ipiranga decidiu criar um modo para que o monumento fosse erguido. A solução adotada pelos mandatários foi, então, a de lotear o Ypiranga para arrecadar fundos.
Após muito esforço, sugestões, debates e discussões sobre como seria feito o monumento ficou decidido, em 1884, que o arquiteto italiano Tomasso Gaudêncio Bezzi seria o responsável pelo desenvolvimento do projeto. A construção  em si só começou em 1885 e demorou seis anos para ficar pronta.
O prédio incompleto foi declarado propriedade do Estado e foi aberto ao público como Museu Paulista em 7 de setembro de 1895, em uma solenidade aberta pelo então presidente Bernardino de Campos. Em 1909, o paisagista Arsênio Puttemans criou os jardins à frente da construção, uma réplica em proporções menores dos jardins do Palácio de Versailles, a principal sede da monarquia francesa.
Aqui uma curiosidade que já deve ter ficado clara: o imperador NUNCA morou no Museu do Ipiranga. Apesar de parecer óbvio nos dias de hoje, muitas pessoas acreditam nessa lenda urbana.


O acervo é bem extenso e tem mais de 125 mil peças, entre mobiliários, trajes e utensílios que pertenceram a figuras da história brasileira como bandeirantes, imperadores e barões paulistas do café. Também existem diversas coleções como peças da Revolução Constitucionalista de 1932, armas brancas e uma sala reservada a Santos Dumont, pioneiro da aviação. Vale o destaque que essa sala tem maquetes de seus aparelhos e objetos de seu uso pessoal, uma verdadeira aula da aviação brasileira e de um dos nossos grandes inventores.
Há também um espaço dedicado aos livros. A biblioteca do Museu Paulista é composta por mais de cem mil volumes, um Centro de Documentação Histórica com 40 mil manuscritos e laboratórios de conservação e restauração de peças e documentos.

Os jardins do edifício também merecem destaque. Esse espaço em especial é dedicado a toda a população que gosta de praticar exercícios, para as crianças fazerem ginástica e, porque não, um pequeno recanto para os românticos. O espaço também promove cursos, seminários e outros eventos, bem como presta serviços à comunidade, atendendo instituições, pesquisadores, professores, estudantes e público em geral.
Um sinal do amor do paulistano para com a área é a interferência e medida de proteção ao museu. Fundada em 1º de setembro de 1995, a Sociedade Amigos do Museu Paulista (Sampa) é uma sociedade civil, destinada a promover o desenvolvimento e o aprimoramento das atividades do Museu Paulista da Universidade de São Paulo.
Eles também tem o objetivo de contribuir nas áreas de pesquisa, publicações, curadoria e atendimento ao público. A extensão de ações junto à população é uma de suas principais metas. O Museu Paulista foi inaugurado em 7 de setembro de 1895 como museu de História Natural e marco representativo da Independência, da história do Brasil e paulista. Seu primeiro núcleo de acervo foi a coleção do Coronel Joaquim Sertório, que constituía um museu particular em São Paulo. No período em que a independência do país completou 100 anos, em 1922, o caráter histórico do museu foi reforçado.
Formaram-se novos núcleos, com destaque para o acervo da História de São Paulo. Nessa época também o edifício foi redecorado com pinturas e esculturas apresentando a História do Brasil no saguão, escadaria e salão nobre.
Uma curiosidade, é que foi instalado o Museu Republicano “Convenção de Itu”, extensão do Museu Paulista no interior do Estado. Ao longo do tempo, houve uma série de transferências de acervos para diferentes instituições. A última delas foi em 1989, para o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. A partir daí, o Museu Paulista vem ampliando substancialmente seus acervos referentes ao período de 1850 a 1950 em São Paulo.
Atualmente, o Museu do Ipiranga possui um acervo de mais de 125.000 unidades, entre objetos, iconografia e documentação textual, do século 17 até meados do século 20, significativo para a compreensão da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à história paulista e conta com uma equipe especializada de curadoria. Desenvolve também um Projeto de Ampliação de seus espaços físicos.

Em 2013, o Museu do Ipiranga precisou ser fechado para reformas urgentes. O fato aconteceu no dia 4 de agosto e foi a primeira vez em um século que o prédio não esteve aberto durante a Semana da Pátria, evento que marca as celebrações da Independência do Brasil. A desculpa oficial para o fechamento é que o museu precisa de reformas urgentes. O edifício, que acaba de comemorar 120 anos de inauguração está muito ruim. No salão nobre, cuja parede principal ostenta o quadro Independência ou Morte, do paraibano Pedro Américo, o teto descolou-se e ameaçava cair sobre os visitantes.
Estima-se que as obras para recuperação do museu e reforma em todas as suas alas termine apenas em 2022, ano do bicentenário da Independência.


Grátis! Exposição interativa sobre Ayrton Senna acontece no Parque Ibirapuera SP

  Uma nova  exposição  imersiva no  Parque Ibirapuera , em São Paulo, celebra o legado do ícone do automobilismo,  Ayrton Senna . Famílias e...